GÊNERO: poesia | FORMATO: 14X21 | ANO: 2022 | PÁGINAS: 122 | Pólen soft 80
SINOPSE: Um corpo sugado pela
aflição dos dissabores e do distanciamento, a ponto de ver suas reservas quase esgotadas.
Estaria seco se um poema escondido em cada canto obscuro da alma não lhe viesse
à tona, como sugerem os versos de “Assombração” na abertura deste novo
reservatório poético de Valéria Paz, um conjunto de assombrosos versos para
corpos sedentos de poesia. Volume Morto é dividido em três partes. O vazio infinito
que preenche os poemas da Primeira Cota nos devora a alma em versos marcados
pela aridez do tempo, como em “Apagamento” ou em “Fibromialgia”. Na Segunda
Cota, a ideia do que irremediavelmente acaba ou se reduz está em poemas como
“Caricatura”, em que a musicalidade ecoa por horas quando declamado, ou “Quem
dera”, que tem a cadência rítmica da tomada de consciência do que é finito, mas
ainda não mata: agora tudo demora / a pele pra regenerar / os ossos pra voltar
no lugar / a respiração pra desacelerar / o coração pra esquecer. Por fim, Cota
de Fundo recorre à imagem da morte como um fim ao ciclo de dor. “Volume Morto”,
o poema que dá título ao livro, prevê esse inevitável desfecho: então a água vai
minando / transbordando, se esgotando. Diferentemente da água que, nas
represas, fica abaixo do nível de captação e tem apenas função emergencial, Volume
Morto foi escrito para ser absorvido verso a verso, inesgotavelmente, em toda
sua vazão. Fátima Freires
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