GÊNERO: romance | FORMATO: 14X21 | ANO: 2021 | PÁGINAS: 212 | Pólen soft 80
SINOPSE: A LITERATURA É UMA ILHA de palavras cercada de branca solidão por
todos os lados. Ilha de secessão, ilha artificial, ilha inautêntica, já há
muito povoada, porém sempre reinventada. Enseada de imagens, é na linha tênue
que a separa do vazio que ela esconde seu enigma de existir. Por mais que
dentro dela haja quantos habitantes houver, haja sua fauna e sua flora, a
literatura, em essencial solidão, nunca deixa de ser ilha. Incertos por
descobri-la, leitores náufragos à sua espera, tomados de assalto em pleno mar
ou desviados do circum-navegar, somos todos ao deixar o porto firme onde um dia
o tesouro de nossas concretas evidências foi guardado. É na ilha que João
Pescador busca reencontrar a dimensão perdida de sua existência. Se ele a
perdeu no real (a verdade do mundo não mais se realiza), ele a busca na
resiliência da ilha. Mas o que lá se encontra, se da ilha só nos resta a
literatura, arquipélago de fragmentos? Exsurge então Variata: semeando torpores
ao vento, doçura de menina, assombro de dilúvio ancestral, catástrofe de todos
os ciclos, anuncia um talvez renascimento. “Quando estou só, não sou eu que
estou aí e não é de ti que fico longe, nem dos outros, nem do mundo” (Maurice
Blanchot). “Eu sou o que não é, aquele que cometeu secessão, o separado...”
(Idem). A canção de Variata é um
chamado à perscrutação da ilha interior, essa que está aí, mas que nunca se
encontra: “A ilha ninguém achou / porque todos a sabíamos” (Invenção de Orfeu).
Caio
Souto.
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Etiquetas: Castiçal