GÊNERO: Prosa
FORMATO: 14X21 | ANO: 2018
PÁGINAS: 82 | Pólen Soft 90 gr
SINOPSE: A graça de Bruna Castelo é ter
encontrado um ponto de costura entre a ficção e a realidade incontestável dos
fatos históricos, com isto, foi capaz de dar o retoque final para compor o
tecido de uma obra a qual é construída com memórias, mas também expandida aos
alcances da imaginação, como afirma a autora, seu enredo é formado “por retalhos
de lembranças embaraçadas e distorcidas pelo tempo”. Nas
palavras de Bruna, seu livro é mais do que o universo fantasioso, ainda que não
o subtrai de todo, mas possui o adicional de representar a história semelhante
de um conjunto de mulheres, que com o decorrer e passagem dos anos e, as
inevitáveis mudanças de gerações, compartilharam uma sina semelhante. Estas
protagonistas que são de certa maneira como desdobramentos de uma personagem
principal chamada Nina, a qual é na narrativa a representante afetiva e fictícia
de todo um amplo de mulheres, mais específico; aquelas que precisaram vencer a
etapa mais nebulosa da história machista, principalmente em voga no século XX.
A história que se passa é a história das tantas famílias da época, que conheceram
o abandono do Estado, do marido, e precisaram repensar as maneiras de se viver
e sobreviver, para assim educarem os seus filhos, considerando uma época na
qual as mulheres não possuíam voz. A
narrativa é contada pelas três filhas de Nina, cada uma se encarregando de
transmitir o legado de suas mães, mas de forma única, na perspectiva de
personagens que conheceram, cada cal a seu modo, um lado em específico de uma
mulher, que possui, na verdade, uma infinitude de potencialidades, como todo
ser humano. Se a autora optou pelo relato, pela memória já
deixa explícito de certo modo, uma das motivações para tal escolha deste tipo
de narrativa, “é importante a preservação das memórias afetiva de um tempo”,
neste sentido, mais do que se saber o conteúdo histórico, que já é importante,
conhece-se assim, na identificação e empatia pelos personagens, a projeção e o impacto
da organização social no íntimo do ser.
Etiquetas: Castiçal