Os textos de “Agora Sapiens” centram o ser humano, e suas questões existenciais como cerne das temáticas da obra, falam de amor, guerras, utopias e distopias. São crônicas que também captam o cômico e o trágico do ser humano com suas contradições decorrentes de normais sociais, de pudores e comodismos. 

  Quando a autora descreve o amor, o faz com grande versatilidade, em “Paixões e Gramática de Domingo Á Noite”, a temática é narrada demonstrando o lado brega de casais que se infantilizam no relacionamento com o outro, apelidações ridículas exageradamente meigas, demonstrando um afeto quase primário, no fim, porém, o cômico das pequenas intrigas surge no estopim de um desentendimento sobre a utilização da gramática.
   Os desfechos humorísticos da autora, marcam-na como uma escritora capaz de fixar enredos desenvolvendo-os íntimos à realidade, ao mesmo tempo que, com sua sátira torna as histórias mais apimentadas por meio de um final debochado e provocativo. Em “Sexologia Falando”, a temática do sexo é olhada pela maneira com a qual o ser humano se relaciona com tal tabu, o narrador do enredo é quase um Schopenhauer que atribui grande importância a instinto sexual, mas no final, a autora ironicamente diz que povoar a terra por meio do coito é apenas uma manifestação do bom comportamento que segue as premissas bíblicas. 

   É como se as histórias fosse-se adensando até chegarem a exploração de distopias como o clímax de “(Des) Evolução”, um enredo crítico que reconhece a iminência de uma Guerra futura que virá desestabilizar as atuais conquistas tecnológicas. Deste modo, a autora vai nivelando seus temas, trazendo olhares específicos para cada história por meio de narradores singulares que servem como instrumentos para a demonstração da versatilidade da autora.